9 de jul. de 2013

Ao universo...

Os pés querem o chão mas estão suspensos.
A voz quer se soltar mas está calada.
O corpo se move mas está inerte.
Os desejos saltam mas não saem do chão.

Quer voar com os pés firmes.
Quer falar em voz alta.
Quer mover a inércia.
Quer desejar flutuando.

A firmeza dos passos deseja dançando.
A altura da voz deseja cantando.
O mover deseja longe da inércia que ata.
O desejo deseja intenso, vibrante e leve.

Faltam molas propulsoras no chão.
Falta coragem na voz.
Faltam movimentos dançados.
Faltam desejos com voz, dança e molas.

Que os ventos levem seus pedidos ao universo.
Que a vida dance ao seu redor.
Que a coragem da luta não lhe falte.
Que sua voz alcance seu coração.



Três [Mar[I]ras]!

Um trio de três, às vezes de duas, nunca de uma só.
Aliás, solidão não entra nesse trio.
Três mentes distintas de personalidades multifacetadas pela dança, pelo corpo, pelos afetos.

Três corpos, três vozes, três pensamentos, um só coração...
E a gente se une, e a gente se afasta, e a gente se espalha, e se mistura, e se funde, se abraça, se envolve, se ganha...

Uma tem uma alma repleta de neurônios que se degladiam, se amam, se desconectam, atam e desatam num ritmo incessante, insensato... que aos poucos se acalmam, se ajeitam, se encontram, se conectam, sem perder jamais a generosidade da alma e do espírito. Pára o mundo para estar com as outras duas...

Uma tem a alma repleta de afetos, incógnitas, sensibilidade, questões, amores... intensa, inteira, passional, verdadeira. Se afasta sem querer e querendo retorna, embora nunca tenha ido embora, de fato.


Uma tem a alma repleta de sonhos, idéias, amores incondicionais, generosidade... é sincera, passional, presente e com a língua solta demais... Zela pelas demais, depois por ela. Altruísta e distraída... onde é que ela estava mesmo?!

E qualquer uma delas pode ser cada uma das umas acima.

Muitos poderiam as ver sem as dar muita importância. 
Não fazem questão de serem percebidas, muito pelo contrário. 
Seu universo é particular. Por vezes aberto. Se misturam. São umas com uns, outras com outros, e as mesmas sempre que juntas. São um trio. Um trio de três, de múltiplas, de duas, de uma, mas sempre de três. Tripé.

Sendo assim, sem qualquer um dos pés deixariam de ser quem são em seu universo e em seus universos. E não sendo quem são, perderiam um tanto de sua singularidade... e quando o físico impõe distância, não há solidão, pois as energias caminham (sempre) juntas.

Como é bom ser três! Como é bom ser um! Como é bom serem e terem sua independência dentro do trio subjetivo, afetivo e substantivo... 
Porque independente dos rumos, dos fatos e dos fracos, serão sempre uma unidade de três que levará a vida na dança, nas histórias, nos braços e nos abraços de cada uma, e de seus universos transversais.

Amo vocês. Amo nós. 

Namastê!