31 de mar. de 2010

30 de mar. de 2010

[In]Alcançável


Muito mais do que dizer aquilo que se quer, ouvir.
Muito mais do que ouvir aquilo que não se quer, silenciar.
Muito mais do que ouvir o silêncio, perceber sua grandeza.
Muito mais do que ser profundo, sê verdadeiro...

A menina que outrora falava mais do que sua consciência pedia, agora escuta.
Se gosta do que escuta? Muitas vezes não... pois ela é capaz de escutar as entrelinhas e estas, nem sempre, corroboram com as palavras ditas às claras.
Paciência, muitos sequer percebem o que dizem...

Lealdade sempre foi uma de suas maiores virtudes, acompanhada de sua prima-irmã amizade.
Faz muitos amigos, cultiva-os mesmo que não seja cultivada. Ama e não tem medo de expor seus sentimentos.
Alguns acham-na exageradamente amorosa, por vezes carente. Mas sua carência, se existe, é apenas de retorno. Afinal, quem não gosta de dar amor e receber em troca?

Faz tudo que está ao seu alcance. Preserva tudo aquilo que ama.
Sabe-se segura de seus valores e atenta às sua imperfeições. Sabe-se Mulher, Mãe, Amiga, Filha, Irmã.

Sua busca não se dá pela matéria, mas pela essência.
Sua pele adocicada lhe confere aroma aconchegante, e em seu colo cabem incalculáveis corações.
Corações que pulsam incessantemente, em uníssono, em seu coração.

Seus braços estão abertos, à procura de quem os queira alcançar...

Dorme, menina, que a noite já vem...


Haikai


Pequena no ar

Ligeira borboleta

Singela, livre

29 de mar. de 2010

À LUA


Bela se faz ao longe
Imponente se faz ao mar
Singela se faz às crianças
Leve se faz no ar

Seu corpo já fora tocado
Seu encanto fizera levitar
Sua luz se fez sempre mistério
Seu mistério atravessa o olhar

Seu nome consigo condiz
Sua altivez a faz delicada
Sua dança no mar se curva
Às faces de sua estada

Seu amanhecer se faz no ocaso
Seu esplendor atravessa a alvorada.
E assim seguimos errantes, poetas e amantes,
maravilhados por seu fulgurar.





24 de mar. de 2010

Movimentos...


Não quero ter a limitação de quem vive de espera. Não quero ter a supressão da minha liberdade como ser humano. Não quero ter a a tristeza de ver os bons partirem enquanto outros insistem em ficar. Não quero ter a cegueira adquirida pelos que desistiram de lutar. Não quero ter a frieza dos que se deixaram calar pelas agruras da vida...

Quero ter pernas para alcançar sonhos e me levar longe. Quero ser livre em minha individualidade sem ser sozinha. Quero a alegria de presenciar as chegadas. Quero ver e viver a vida com coragem. Quero o calor de todas as emoções da vida e a suavidade de seus suspiros... E em seus movimentos dançar, até poder olhar pra trás e dizer: Valeu a pena!

Viver, crescer, respirar, suspirar... dançar a vida que dança, à dança, vida.

5 de mar. de 2010

...Um constante tornar-se...


Fazia tempo... fazia tempo que não encontrava paz, plenitude, segurança. Em sua vida raramente tivera colo. E este, quando vinha, nunca vinha do óbvio primeiro... e cada vez que não vinha, a insegurança em si aumentava. Tentava sozinha, em vão, digerir tudo que se passava, e o máximo que conseguia era encher-se ainda mais de inquietações, dúvidas, vazios. Vazios repletos de frustrações.
Num dado momento, quando tudo era caos por dentro, começou a vomitar... Vomitar suas angústias, seus traumas, sua insegurança, sua solidão acompanhada. Tivera a primeira impressão de que assim fazia-se melhor, aceitava-se melhor e esvaziava-se. Até que seu corpo, sua alma, seus guias mostravam-lhe que aquela não era a solução, muito pelo contrário. Parou de vomitar. Passou a caminhar, a tropeçar, cair, levantar, segurando-se apenas naquele ser que acabara de conhecer... ela mesma.
Perdeu um grande pedaço de si, mas em seguida foi brindada com uma nova vida! E como essa vida a ensinou, a ensina, a ama incondicionalmente como a que perdera, e lhe faz companhia. A felicidade começava a aparecer...
Hoje, cada vez que ela começa a se duvidar, cada vez que a tristeza tenta aparecer, ela se faz mais forte. Sua fortaleza vem de dentro, de fora e de Cima. Seus anjos têm vários nomes, várias personalidades, mas todos estão juntos num mesmo propósito, ajudá-la a caminhar de cabeça erguida! Sabe de suas virtudes, de seus defeitos, mas antes de tudo sabe-se e procura saber-se nova a cada dia. Procura ser um "constante tornar-se". Tem um teto, mas seu único abrigo ainda é si própria e o coração de seus anjos. Mas está segura, atenta e determinada a encontrar o seu espaço, e sabe que vai consegui-lo... pois anjos não lhe faltam, nem coragem, nem pernas, nem fé, nem amor... amor de sobra para si e para todos aqueles presentes em sua vida.