Atravessava as ruas, costurava
caminhos, entrelaçava encontros, reconhecia-se em cada parte do todo que
experimentava.
Alimentava-se da solidão
sonhadora, sustentada pela colheita do amor que vinha cultivando.
Não acreditava em acasos, mas
em encontros habilidosamente destinados a acontecer... E seguia atravessando
ruas, caminhos, encontros, afetos e sonhos, tomada pela certeza de ter encontrado,
em meio ao caos, o caminho que deseja seguir. De ter descoberto a felicidade, o
amor nunca antes experimentado, a sensação de levitar nos pensamentos, de
sonhar e acordar sorrindo, de não precisar mentir pra si, de não temer dizer o
que sente, de se permitir receber, de se permitir amar, de se permitir
acreditar no amor.
Recomeçava a atravessar ruas,
costurar caminhos, entrelaçar encontros, bordar sonhos e alinhavar desejos...
Sentindo-se cada vez mais pertencente ao mundo dos que tem habilidade para
viver, e amando cada dia mais... a vida, a liberdade de pertencer, a coragem de
amar, de se amar.
Crescia a cada dia. Respirava
esperança. Inspirava intuições. Suspirava sonhos. Tecia novos encontros. Iluminava
pensamentos. Amava cada dia mais. Navegava para a direção que seu olhar apontava.
Olhava para cá, e se encontrava.