16 de ago. de 2010

...O caos de fora que invade o dentro...


Cidade caótica. Pessoas circulam, têm pressa. 
O barulho dos automóveis ensurdecedores parecem não afligir.
Corpos imunes ao caos de fora gerando caos por dentro.
Corpos que não se sabem, não se tocam, não se conhecem.
Distância imposta pelo material. Material que governa o caos.

Razão que governa e que não sustenta a própria razão.
Sensibilidade adoecida, abolida pela doença que abate o mundo.
Virtualidade que conecta e afasta as pessoas delas mesmas e do outro.
Angústia, ansiedade, irritabilidade, insensibilidade.... tem-se pressa.

Falta toque, falta afeto, falta corpo.
Falta perceber que somos corpo e com ele vivemos.
Não estamos contidos nele, vivemos e sentimos com ele.
Falta troca, falta olhar, falta atenção aos detalhes, falta afeto.

Dentro em pouco, o império da razão cairá por terra.
O caos não se sustenta por muito tempo, e nós não sustentaremos o caos.
Nossos corpos padecem, adoecem, endurecem...
Mas até quando suportaremos insensíveis, aos sinais do corpo?
Até quando resistiremos sem toque, sem atentar para o outro, sem experiências sensíveis de presença?

Olhar pro dentro, pro corpo, pro outro...
Exercitar a mente, desconectá-la do caos, do virtual.
Sensibilizar o corpo. Entrar em contato.

Calar os gritos, as palavras rudes, isolar-se do caos.
Trazer o silêncio, sensibilizar a linguagem do corpo e da alma.

Será que é pedir muito?
Mas, e se for? De que valem os sonhos se não puderem ser sonhados?

Só assim haverá felicidade, de verdade.
Eu quero ser feliz. E você?


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