4 de jun. de 2010

[Des]abafo

Tentando definir o indefinível. Transmutação de pensamentos pensados, sonhados, por vezes vividos que transformam as voltas da vida em uma montanha russa de sensações, inquietações e incógnitas respostas...
Solidão sem companhia, palavras ruminadas, sentimentos desprezíveis, desprezados. Amor sem reciprocidade, amizade interessada em outros ganhos, constatações já antes constatadas, incredulidade.
Do imenso e promissor jardim, restaram apenas as folhas caídas daquele gélido outono... a brisa quase polar atravessava os cabelos dourados e cortava a pele pálida. Mas a cicatriz que acabara de se abrir naquele mesmo peito já calejado, latejava. O pescoço outrora arranhado por mãos não menos amadas, sentia-se ainda mais exposto...
Recolhimento. Do vazio silêncio ouviam-se os soluços.
Sua esperança era de que o líquido advindo das lágrimas pudesse molhar e acabar com toda secura... acreditava que poderia ter nelas o remédio necessário para cicatrizar a alma e fazer renascer o sorriso, o calor e a esperança do seu já calejado, mas não menos resignado, coração.
Recolhe-te, respira. Na vida, tudo passa...

Nenhum comentário:

Postar um comentário